sábado, 23 de dezembro de 2017

2017: um ano "duro"


Uma de minhas superstições mais idiotas diz respeito a anos ímpares. É idiota, porque meu pai morreu em 1980 e meus filhos nasceram em 2003 e 2009, respectivamente, logo, não faz o menor sentido. Mas é uma superstição, diabos, não se baseia em lógica, mas em um tipo meio primitivo de intuição. E, caramba, se houve um ano "duro" foi este, em vários sentidos. Mas vamos ao que interessa: a tradicional retrospectiva dos últimos doze meses.



Desde 2013, venho me dedicado a uma função que, mais uma vez, amplia o número de atividades que descobri ser capaz de fazer com algum desembaraço, ou seja, tradução de histórias em quadrinhos. Se até o ano passado a única que tinha visto a luz do dia tinha sido a primeira parte de Promethea, de Alan Moore e J. H. William III, em 2017 elas saíram da casca como uma ninhada de passarinhos de bico aberto e invadiram as livrarias: Apenas um Peregrino, de Garth Ennis e Carlos Esquerra; Elric, de Moorcock, Blondel, Cano, Poli, Reicht, Telo e Bastiche; Tom Strong, também de Alan Moore e Chris Sprouse, e o segundo volume de Promethea, tudo isso disputando a atenção do público consumidor de quadrinhos nas prateleiras. E mais, muito mais virá. Agradecimentos efusivos a Fabiano Denardin e Julio Monteiro de Oliveira pelas infinitas oportunidades que me deram.

Mas não foi só isso, né? Houve a segunda edição da SIQ – Semana Internacional de Quadrinhos da UFRJ, que organizo ao lado de Amaury Fernandes e que reuniu um grupo invejável de produtores de arte sequencial em maio e setembro, com as presenças de ícones mundiais, como Chantal Montelier e Trina Robbins. Foi insano, mas muito me orgulho desse evento, que se encaminha para sua terceira edição em 2018 (sim, estamos trabalhando nisso).

A equipe da SIQ ladeando Trina Robbins.

O que mais? O que mais? Ah, sim, claro… finalmente coloquei o ponto final em meu terceiro romance, A Mão Que Pune – 1890, uma história steampunk que funciona como uma prequel ao livro de 2006, A Mão Que Cria. Não, sem previsão de publicação ainda, senhoras e senhores, mas vamos tratar disso no ano que vem. No mais, um monte de contos, artigos e publicações acadêmicas diversas, orientações no mestrado do PPGTLCOM, gravações de videologs sobre quadrinhos com o amigo PH e a continuidade de projetos que ainda estão em andamento, como a HQ Psicopompo, com Carlos Hollanda e Osmarco Valladão.


Sim, foi um ano duro pacas em diversos níveis, mas plantei sementes que, com certeza, germinarão a partir de janeiro. Esperem e verão (ou inverno, outono, primavera…).

2 comentários:

Leonardo Peixoto disse...

Estou feliz que tenha tido um ano produtivo e espero que em 2018 , muitas sementes plantadas por você germinem e cresçam .

Octavio Aragão disse...

Muito obrigado, Leonardo. Já começaram, já começaram.