segunda-feira, 11 de julho de 2016

Mau como um picapau (e como esse conceito só piora tudo)

Meu filho de seis anos perguntou se um determinado personagem de um filme era “do mal” ou “do bem”. Respondi que essa classificação dependeria de para qual lado ele estaria torcendo, pois ninguém, nem o diabo em si, se acha “vilão”. Usei como referência os desenhos animados e disse algo como “O Macaco Louco, por exemplo. Na cabeça dele, as vilãs são as Meninas Superpoderosas, e, se você quer saber, acho que ele não está tão errado”. Num arroubo de exagero, complementei: “Em uma guerra, Deus, do início ao fim, estaria ao lado dos dois combatentes”, o que me rendeu uma outra pergunta, mais complexa:

– Mas então, Deus existe?

Sob o olhar de reprovação de Luciana, compro a briga:

– Depende se você acredita nele ou não. Tudo é uma questão de acreditar sem a necessidade de provas.

– Ele existe ou não existe?

– Você quer que Ele exista?

Dois segundos de olhar pensativo e risinho maroto.

– Não, não quero que ele exista. Eu quero ser Ele.


Um comentário:

Leonardo Peixoto disse...

Sobre seus pedidos para as resenhas , eu as farei após reler A Mão Que Cria , pois quero fazer um trabalho de qualidade ... e me preparar para A Mão Que Pune :)